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POESIA ÀS ESCONDIDAS

Poemas escritos por António Só

Mentir a dois

Março 30, 2007

Meu crime é escrever versos. Sem talento,
Que há que me console e me levante?
Ó infernos ateus, anéis de Dante,
Caminho absorto e vago em pensamento;

Negado mundo sem constrangimento
De encanto mas tão pouco cativante
Doente, fraco, débil e enervante
Quem nunca guarda ou oculta um sentimento.

Fervilha o sangue, fervo-me em discórdia
Tolo quem espera misericórdia,
Espera, qual revelação divina;

Vá, mata-me à vontade e vive o pouco,
Ou nada que tão bem atinge o louco
Branda, ardilosa, experiente menina.

Mentiras

Março 28, 2007

Sufoco dentro do meu próprio peito,
A angústia de viver nesta mentira
Verdade oculta que ninguém a vira,
Do avesso, quem me chamou de imperfeito.

Verdade é ser humano, não perfeito,
Mas a mentira não é minha, e tira,
O néctar do meu sangue que extraíra
De serpente, a mordedura no meu leito.

Agora, contra esta minha vontade,
Ao mundo espalharei toda a verdade,
Mesmo fogo apetrechando nos meus versos;

Quem nunca alguém em falso denuncia,
Terá sempre nuvens pairando em dia,
Deixando o corpo e a alma submersos

Suspiros

Março 27, 2007

erotic_way.jpg
(allegro)

Meu refúgio são os teus olhos que piscam,
Pestanas longas têm encantamento
Achar-te bela é todo o meu tormento,
Sou dos que, nesta vida, nunca arriscam;

Meus olhos tua beleza confiscam,
E adorna o andrajoso pensamento
Nem quero ter o teu requerimento
Onde presos vivos finais dias riscam.

Parar o tempo emprego meu seria,
Se fosses mal ou bem abençoada,
Pelas asas da fortuna recrutada;

Mas fica, dos teus olhos, cor no dia,
Quando soa a voz que gosto, amo e adoro,
Mesmo que adorar-te seja indecoro.


(Andante)

Mesmo quando em ti o meu olhar se deita
Nos prados de verde veludo, aceito
A minha vida inteiro quando espreito
Qual Sol quente pelas nuvens espreita.

Nunca, escrevendo torto, se endireita,
A vida dura, pesa-me este fardo,
Mas nem santo rancor eu dentro guardo
Porque bela és, porém, não és perfeita.

Mas deixas, sobre o chão que adoro e piso
Um beijo húmido, fresco, quente e liso
Como água para uma boca sedenta;

Pudesse o pensamento adivinhar-te
Lascivas loucuras, desmascarar-te
E ver-te abandonada ao que me tenta

Escolhas

Março 27, 2007

Muralha.jpg

Quando for o nosso Amor sombra e ilusão
E um pálido reflexo do que fomos,
A nossa história não terá mais tomos
Cedendo abraço à amarga desilusão.

Recuso haver mentira ou confusão
Lembrando eternamente só o que somos
Lembranças são dum fruto doce gomos
Se colher-te tu me deres permissão.

Avança o dia, a noite morna, o abismo,
O entardecer, o sucumbir das folhas,
Não deixa a luz dourada algum indício...

Desprezemos o exausto conformismo
Mesmo erradas sejam nossas escolhas,
Fronteira entre o prazer e sacrifício...

Opiniões

Março 27, 2007

Dedicado a L... P...

Se lhe vale a opinião sua de quem,
Nunca a conheceu, nem sequer conhece,
Meu ignorar solene permanece,
Se não teve coragem e nem a tem.
Na beleza insuperável mas, porém,
Saber-lhe a luz que o rosto lhe oferece
É sol que nas montanhas desaparece
É vento que nunca vai mas que vem.
Que espalhe o que lhe apraz sobre a pessoa
Como sementes sobre a seca terra
Esperando ansiosamente uma colheita;
Mas não terá uma colheita boa.
Diga-me só se está em paz ou guerra,
Ó minha alma tão falsa, tão perfeita.

Perene

Março 26, 2007

Por mais que em vão insista em ignorar-te,
E não tirar proveito do teu rosto,
Prefiro a angústia ao meu terrível gosto
Podendo feliz ser ao contemplar-te;
E nos meus versos pobres elevar-te,
De humano impulso por me ser imposto
Ímpeto maior volver-me em desgosto
Abismo eterno entre Vénus e Marte.
Mas guardo, na memória, iluminado
O nosso bom momento e mau bocado
Nunca existente em vida - e assim será!
Chama-me fraco, chama-me cobarde
Amar-te em vida, nunca será tarde
Porque entre nós, mais do que Amor, não há.

Ao entardecer...

Março 23, 2007

As puras águas escorrem, cristalinas
Dos montes onde nunca me encontrei
Onde as ninfas se apresentam tão divinas,
Nos sonhos que no meu jardim plantei.

Um cântico sonoro arquitectei,
Deslizam do teu rosto que me inclinas,
As notas musicais que tanto ensinas
Os sorrisos lindos que coleccionei.

Prometo dar repouso, enquanto houver
À mente meu silêncio moribundo,
Como rolando pedras sobre o fundo,

Do mar solene e calmo, e brando, a ver
Cores célicas dum fogo vivo, ardente,
No entardecer do dia lentamente

É belo o rosto da minha adorada...

Março 23, 2007

dorme bela.jpg

É belo o rosto da minha adorada,
Dormindo envolta em pouca claridade,
E eu, guardião de imensos pensamentos,
Por ali ando, vagueando na noite escura,
O sono refreando;

O sonho, já dormindo, a minha amada,
Cum puro amor inspira uma verdade
Eu, doente e extremo em sentimentos
Lavo minha alma em sua alma mais pura
Na noite vagueando.

De pálpebras cerradas sossegada,
Vejo o quanto é sublime a raridade,
De ver p'ra além meus desejos e eventos,
Colhidos numa jornada insegura
Os escritos vou rasgando.

Porque uma glória vã não conquistada
Rompe-me as hostes desta liberdade,
Pelos mares levado aos quatro ventos
Um verme torna a flor pura em impura
E nisto vou pensando.

Mas, dádiva celeste, abençoada,
Refreia a pressa empurrando a ansiedade,
No fundo abismo onde se escondem centos
De ânsias, de pecados, de ternura,
Que na arca vou guardando.

Que posso mais que a vida celebrada
Ver distante ainda a longa eternidade
Sem da Fortuna obter consentimentos
Que no espírito inquieto, outra rotura
No corpo, vai criando...


Por onde andavas?

Março 22, 2007

sarah_brightman.jpg
Demorei tanto tempo a encontrar-te
Que nos meus olhos vias, se me visses,
Vazada alma, e nem que tu sorrisses
Daria ao tempo empresa ao contemplar-te.

Nos aquosos sonhos, ao sonhar-te,
Do rosto teu esboçava imaginando
Corpo de ninfa, alma serpente estando
Enrolada no pescoço ao devorar-te.

Porém, tudo passou, como os invernos,
Gelados, frios e rigorosos dias
Faltava-me os teus quentes lábios ternos;

Por onde andavas, Sol, que ao longe dormes
Neste horizonte que tu nunca vias
As soledades negras e disformes?

Vem Vêr a Primavera...

Março 22, 2007

(Poema dedicado a Merita Rodrigues)


Na Primavera tudo é verde e cresce,
No verde salpicando de mil cores,
E um vivo sol na terra chora e desce
Crescendo à volta tantas, tantas flores

Vem, minha filha, ver novos rebentos,
Nascendo as folhas nas amendoeiras
Porque na terra agora há mil talentos
Como pombas saindo de algibeiras.

Andam mais à vontade os passarinhos,
Porque não chove, e assim, já não se escondem
Nas árvores, fazem já os seus ninhos
E às andorinhas que passam, respondem.

Os rios são mais bonitos nesta altura,
Correndo calmamente sobre as terras
E a Primavera ordena uma cultura
De flores sobre os montes, sobre as serras.

Vem minha linda filha, meu Amor
Vem ver este lençol azul celeste,
Vamos levar ao teu pai uma flor
Da cor do teu sorriso que nos deste.

Lembra-me o teu sorriso a margarida,
sorrindo, quando por ela alguém passa
Pedindo que por nós seja colhida
Como se a vida dela em nós se abraça

Agora, olha a andorinha: como voa,
Tão linda, mansa alegre, tão contente,
Parece que toda a vida abençoa
Cantando para nós, pra toda a gente.

Vem comigo porque há muito mais pra ver
Enquanto tempo houver até chegar,
No horizonte o Sol, o entardecer,
Enquanto vai nas águas mergulhar.

E quando salpicar o céu de estrelas,
À noite, uma história irei contar-te
Não tenhas medo pois de sentinelas
As estrelas lá no cimo vão guardar-te.

Introspecção

Março 21, 2007

Natural.jpg

E quando aquela ardente paixão for,
Embora, como as aves imigrando,
Saindo em bando, em formação voando?
Verei pra trás olhando que era Amor.

E quando houver só Morte, houver só dor
Quais chuvas trazem mágoas desolando,
A Terra inteira e um rasto vai deixando
E o Tempo se tornando um predador?

O que me move? Que há para além disto,
Se a gente segue o rasto a toda a gente
Se há gente que só vive a pensar nisto?

Estala-me a verdade em desacordo,
Mesmo vivendo triste e descontente
Mesmo tendo co' a Morte exacto acordo.

Arrogância

Março 20, 2007

Num voo vais roçando um chão de lâminas
E avanças só quando a corda te envolve,
O pescoço como a cobra que resolve,
Sufocar-te a alma que nunca examinas.

E um rumo ébrio e louco determinas,
Sobre os mares que nunca o sol dissolve
A cor que a Aurora de manhã devolve
Ao rosto ao qual a fronte nunca inclinas.

Pela arrogância, o mundo é feito e vil,
E, qual noite encerrado a diária luz
Porque buscas não um desejo: mil!

E germina a semente que plantaste,
No peito imaculado a alma reduz,
Quais cristais quebrados no chão deixaste.

Longa espera

Março 20, 2007

kjacobsen102.jpg

Talvez tenha espantado o que me inspira,
Qual veado nas pastagens vagueando
Forçado, ao meu Amor vai inspirando,
Uma apaixonada espera sem mentira.

E à Musa, que nunca nada eu pedira,
Ociosa a pena vai na mão tornando,
Sorvendo o néctar que não vai brotando
Entorpecendo o canto à minha lira.

Que mais posso fazer senão sentar-me
Senão esperar que venha consolar-me
Como quem espera o Amor em desespero?

Talvez me traga assuntos bem correntes,
E o murmurar dos rios que, decorrentes
Escorrem brandos sem esforço e esmero.

Punhais

Março 20, 2007

Se versos fossem mãos que nos tocassem...
E de Anfitrite os espumosos braços,
Amantes que cedessem mil abraços
Ou límpidas águas que nos banhassem

Se os versos fossem bocas que beijassem...
Encantos babilónicos esparsos
Seriam neste mundo sempre escassos
Se não fossem punhais que nos cravassem...

Esta alma minha em permanente guerra,
Na breve e farta vida que não dura
Longe de por cobro ao desassossego:

Não vislumbra o Sol de ouro nesta serra ,
Que cesse o meu tormento sem ter cura.
Meus versos são um fardo que carrego.

Aos meus Pais...

Março 19, 2007

patos.jpeg
Pai

Sinto uma enorme gratidão por seres
Meu Pai Herói, gentil homem honrado.
Que estes versos sirvam para entenderes
O quanto por teu filho és admirado.

Tudo aquilo que sou hoje te devo,
Tentando usar o que me hás ensinado
E estes magros versos que te escrevo,
Não expressam tudo o que a ti é dedicado.

Procuro diariamente a sabedoria
Maior que meus desejos, porque quero,
E tu possas dizer de nós um dia:

Que orgulho têm, meu Pai e minha Mãe
Dos feitos nossos com esforço e esmero
Podendo ser um grande Pai também.

Mãe

Mas minha Mãe mimosa que a mereço
A fonte da virtude e um grande Amor
Que o Pai é grande mas, enfim, não esqueço
Que partilhas com ele a alegria e dor.

E o poema que vos dedico e ofereço,
Não tendo aquele engenho e grande arte,
Diz que meu Amor por vós não tem preço,
De inchado peito o canto em toda a parte.

As nuvens serão sempre passageiras,
E as histórias permanecem verdadeiras
De sábios, nobre herança cá deixada

E a vossa, trago-a sempre no meu peito,
Servindo-me de exemplo, meu proveito,
Canto de alma nobre e abençoada.



Miragens

Março 19, 2007

Debaixo dum sol quente, impiedoso,
Que a areia escalda, a minha alma secando
Meu corpo, nos delírios, vai drenando,
Vontade de anónimo ser glorioso.
Perdido em vãs miragens, sequioso
Na gloriosa esperança, caminhando
Num ritmo intermitente vou andando
De achar-me às mãos da Morte, ambicioso.
Sinto-me sufocar nas mãos do tédio,
No Tempo, persistindo em seu assédio
Como se, de alcançar, me impedisse;
Adormecer no tempo vivo um pouco,
Debaixo deste sol que deixa louco,
Como se ali a voz dum anjo ouvisse.

Enigmas

Março 16, 2007

MatrixRevolutions07.jpg

Ignoro se és a minha flor maligna,
Um veneno exalando e não perfume
Não posso estar doente de ciúme,
E finjo que és a minha flor benigna.

Expresso no alvo rosto que arde um lume,
Tranpiras uma calma, fonte digna
E o mais que te transforme em deusa, indigna
Meu espírito manchado de queixume.

Se és Perséfone ou Hades que estremece,
A Terra inteira e o corpo sobreaquece,
Eu saberei mais tarde se é virtude;

Sei só que nestes lindos dias moles,
Sinto que a minha alma quente engoles
Julgando-me no que, por ti, não pude.

Desabrochares

Março 15, 2007

Os beijos são vermelhos como as rosas,
As frases são agudas como espinhos,
E as flores fechadas, são formosas
Porque escondem segredos como ninhos;

Mas pela luz se tornam ansiosas
Os braços abrem e oferecem carinhos
E à vista, rude a nossa, carinhosas
Pretendem saber mais que adivinhos.

Ao mundo deleitosas vão-se abrindo
E luminosos raios vão pedindo,
Tão docemente em novas primaveras

E quem colhê-las, que honrado as colha
Sem que fosse perfeito ou feito a escolha,
Na fresca sombra das quentes quimeras.

Linguagem

Março 15, 2007

Erotic.jpg
Macias mãos, suaves movimentos
Deslizam nos lascivos descompassos,
Tornando mais cingidos teus abraços.
Lanço-me no abismo aos descobrimentos...

Nos teus lúbricos oferecimentos,
Corre o sangue em frenéticos compassos
E a língua percorrendo os belos traços,
Apressa, quais corcéis, os batimentos.

Perdido nisto e mais absorto estava,
E os olhos vaguevam no vazio,
Quando no teu vazio eu reentrava;

Concede-me no tempo uma paragem
Que amanse este torpor, este fastio
Temperando a nossa vaga linguagem

Impressões

Março 15, 2007

erotic3.jpg

Este silêncio que à alma determina,
Estar quedo no meu canto sem cantar.
Quais quebrados espelhos por voz fina
Quero este horrendo silêncio quebrar.

Não posso a amante minha abandonar
Porque não encontro a inspiração divina
Sou ar que ninguém pode respirar
Respiro a essência amarga e libertina.

Olhos, bocas, lábios, flancos, braços,
Penetram-me nos céleres compassos
De irado movimentos de violinista;

São sórdidas, cruéis minhas imagens,
Vejo-me nas eróticas paisagens
Nas lúbricas cenas impressionistas

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