Soneto milagroso
Abril 28, 2008
No verso, ando a espantar a caça; agora
Por mais que tenha imenso, alto argumento
Além no assunto, tenho em pensamento
Nova alegria, uma outra alma que chora.
Uma voz nova, um novo chamamento,
Como quem nunca canta em boa hora
Por alguém chama, e o choro revigora
Pequeno algoz do meu contentamento.
Redondo como a Lua, quando cheia
Mimoso rosto, em dúvida e incerteza,
Quem possa ser quem lhe aparece à frente;
Meu sangue já percorre a tenra veia,
Milagre que transcende, a Natureza,
Qualquer verso que possa ter em mente.