Tentação
Julho 04, 2007
Por me entregar depressa a este Amor,
Àquela que me fere o coração,
Nem a olho, escuto, e luto pra que não
Caia nas suas garras de condor.
Mas deixa-me prostrado num torpor,
Tão quente, qual sol tórrido de Verão,
Sem alimento, água, sem condição,
Naquele encanto surdo e sedutor.
Mas não foi Dido, pelo seu Eneias,
Deitou-se no leito de espada feito,
Banhando-se no próprio espesso sangue?
Então que temo? Não, já não me ateias
Fogo no coração que não aceito,
E minha alma deixando exausta, exangue?